quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

princesa Rapunzel, só que não!


Iai galera! contos distorcidos é um brincadeira que fazemos, o processo é igual a prudução de uma fanfic, você escreve o final ou o enredo que gostariam de ler, tornando ele mais triste, alegre, suspense, esse processo muda a história de tal forma que se nasce um conto novo, embora os detalhes mais importantes da história original seja mantido e fácil de acha-lo. É isso curtam as histórias.
Plínio Rezende 
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Do alto da torre do castelo, pela fresta da única janela a refém da feiticeira contemplava as ondas turbulentas que morriam no penhasco.

Há muito ela foi trancada lá, mas nunca perdeu as esperanças de reconquistar a liberdade. A décima filha de camponeses pobres fora entregue aos cuidados da bruxa quando ao completar doze anos de idade tornou-se um fardo para a sua família. Enquanto os irmãos menores já trabalhavam para trazer algum dinheiro, Rapunzel só pensava em escovar os longos cabelos e sonhar acordada diante da lasca de um espelho que trocara por um saco de arroz. Aquela atitude deixou seus pais enfurecidos, pois trabalharam duro para juntar os grãos que alimentariam a família por pelo menos uma semana.

Certo dia, a feiticeira do castelo viu a menina sentada debaixo de uma árvore conversando com o seu próprio reflexo. Muito curiosa ela perguntou:

-Por que conversa com o espelho, menina?

- Não tenho muitos amigos. – Ela respondeu.

-Ah, entendi. E por não ter com quem conversar, fala consigo mesma?
- Sim.


-Rapunzel! – Interrompeu a voz grave de seu pai. – Com tantos afazeres, você fica aí papeando? Ah como eu gostaria de me livrar de você!

A feiticeira se angustiou pela grosseria do velho e imediatamente se ofereceu para levar Rapunzel para viver no castelo. O pai muito satisfeito livrou-se da filha imprestável naquele mesmo instante.

Nos primeiros dias Rapunzel sentia-se muito feliz, pois a bruxa a tratava maravilhosamente bem, mas com o passar dos meses a velha feiticeira percebeu que tinha arrumado sarna pra se coçar.

Rapunzel não queria ajudar nos serviços do castelo, vivia escovando os cabelos o dia todo e falando com aquele pedaço de espelho. Uma parasita é o que ela era e até que aprendesse a cooperar ficaria trancafiada na masmorra a pão e água.

Os anos passaram e Rapunzel jamais saíra da torre. Seus cabelos estavam tão longos que podia molhar as pontas na baía ao jogá-los pela janela.

Numa noite, enquanto olhava para o mar iluminado pelo reflexo da lua, avistou uma figura masculina emergindo da água turva.Ele fez um sinal para que ela jogasse os cabelos e Rapunzel toda contente obedeceu aos comandos do homem que viera para lhe salvar. Ela pensou que o seu príncipe encantado subiria pelas longas madeixas, daria fim na bruxa e então os dois fugiriam para viverem felizes para sempre. 

Ao invés disso, o cavalheiro se agarrou com força nos cabelos de Rapunzel e a puxou para baixo, onde a pobre despencou pelo abismo encontrando a água gélida do mar nebuloso. 

O homem desapareceu como um espectro da noite e Rapunzel transformou-se em uma sereia. 

A bruxa já havia se cansado de sustentar a moça preguiçosa e fez um feitiço para que tudo isso acontecesse.

Já que Rapunzel gostava de escovar os cabelos e de se olhar no espelho, que fosse viver no mar então. Não são estas as características das sereias? 

Todas as noites a feiticeira escuta o canto triste vindo do mar. Uma vez por ano, coloca jóias e espelhos novos num barquinho o despachando pelas águas. Com certeza este mimo sai bem mais barato do que alimentar a vagabunda todos os dias.

Do blog :

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