O inferno
Desceu até chegar em uma planície, o céu negro misturava-se com um vermelho infernal, fogo era visto em toda parte e rios de sangue, o abafado e seco trazia o terrível grito das almas atormentadas.
O portão negro altíssimos, marcava o inicio do reino satânico, dois Baals a entrada, portavam enormes clavas dentadas, os Baals são demônios atormentadores, os conhecidos torturadores, sua espécie gostavam de visitar as camadas mais fundas do abismo, eles guardavam a entrada dos campos da punição.
Sem estratégia ou alguma, ou defesa, Aram caminhou abertamente na direção das terríveis criaturas.
-Veja Grapim, temos um desgarrado. –O Baal falou com tom terrível , a voz saiu meio arranhada.
-Vai desejar nunca ter decido a escada. –Disse o demônio com o nome de Grapim.
-Venho por vontade própria..-A voz de Aram saiu baixa, mas firme. .
-A é mais uma daquelas enviadas pelo “titio” Pedro, e esse grilhões prisioneiro, acha que por não ser condenado vai escapar da roda da tortura? –O demônio falou em tom de escarnio, um escarnio diabólico.
-Ssssssim ! Traim vamos levar o desgarrado para o Chefe. –Grapim avançou, suas garras cravaram profundamente no ombro de Aram. Traim deu um rugido, os negros portões se abriram, os campos da punição, o barulho do arrasto de correntes era como um rugido, mas não tão forte quanto os choramingo e lamentos dos desgraçados.
Os Baals apresentaram Aram a uma figura grotesca, enormes asas negras de morcegos brotavam de suas costas, ele levava um grande chicote feito com três correntes espinhadas, com três cabeças de ferro com um símbolo satânico.
-Sou Beosebul, senhor do ódio e da tormenta, a única coisa que vai ver, por toda eternidade.___ O calor provocava queimaduras no corpo de Aram, seu ombro ardia como se mil espadas rasgassem sua carne. Beusebul tentou tirar o grilhões , para prender Aram a fila dos atormentados, mas os grilhões brilharam e tudo que usaram para quebrar as correntes, mas todas as tentativas foram falhas, ate desistirem e acorrentaram suas mãos em outra correte e o prendeu a fila, acorrente farpada rasgou as costas de Aram, a ferida cortou a pele ao fundo, no segundo açoite o torturado esqueceu o que fazia ali.
Na frente dele tinha uma alma completamente corrompida, seus olhos de ódio eram comidos por gordos vermes, suas mãos eram mordiscadas por serberos, cães infernais, seu cérebro era devorado por um abutre, o bico resgava as massas cerebrais, poucos minutos se regeneravam para serem rasgados novamente. Ele gritava , se amaldiçoava, amaldiçoava seus pais por terem le dado a vida, a Deus e ao mesmo tempo desejava contemplar sua face, essa é a maior tormenta, saber que passar a eternidade sem ver Deus.
-O que você fez para receber tal castigo? –Outra chicotada queimo lhe as costas.
A voz do atormentado saiu disforme, como um terrível berro.
-Não se lembra Aram, das coisas que fizemos , fui condenado pelas coisas que pensei, pelas coisas que vi e não combati, as pessoas que roubei e as vidas que tirei. –logo deu macabro berro, quando uma parte de seu cérebro foi arrancado. –Não se le...lembra de mim, éramos amigo. -No meio da testa tinha um pequeno buraco, dele não parava de jorrar sangue.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAA! –Aram berrou ao sentir outra chicotada..
-Kazam ? o que ouve? –Sua voz sumiu ao lembrar o como o amigo morreu, a do nas costas era excruciante , ardia.
“Kazam, foi um grande vendedor de mulheres, mas seus pecados eram também de origem mora, devia muito dinheiro a agiotas, o ameaçaram de morte, ele pediu ajuda a Aram mas foi mandado embora sem dar nem apoio, os agiotas espancaram Kazam e demonstraram misericórdia ao enfiar uma bala em sua cabeça.”
Embora isso tivesse pesado contra Aram na balança e ter seus pecados perdoados, aquele fato doeu sua mente, se reprendeu, e sentiu pena, pena porque aquela alma não teria outra chance, igual a ele.
-Ó que maravilha, o que temos aqui? –Uma perversa gargalhada paralisou Aram. –Eu disse que iria voltar a me ver seu merda, por que não veio comigo? -Com... Com... Com você eu chegaria aqui corrompido, eu estaria sofrendo mais do que sofro agora. -Você vai sofrer muito, Beosebul, coloque o na roda. –A roda é a pior das maquinas de tortura que existem no inferno, ela estica seu corpo até todos os ossos do corpo quebrarem e um rolo de espinhos deslizava pelo corpo da vitima dilacerando toda as suas vísceras e outras perversidades inimagináveis. Dessa vez não te salvaram. –riu Raraoth.
Aram sentiu os ossos trincarem.
-Agora ele não veio te ajudar mesmo, aqui deve ter uma impurezas, esta meio pecaminoso agora,... Não o lá de cima não vem te salvar, ele te abandonou.
-Haaaaaaaaaaaaa! -Os ossos se partir e o rolo espinhado começaram a triturar suas entranhas.
-Diga! “Ele me abandonou“ e sofra menos, pelo menos em minhas mãos. -mentiu o demônio.
-NÃOOO! -Berrou Aram sem duvidar de sua renovada fé em Deus.
-Então por que berras? Por que esta sofrendo?
-Por ter te escutado. –A roda deslizou abrindo sua carne, a dor era indescritível, Aram apenas gritou com toda a sua força:
-POR QUEEEEEE? –E voltou aos berros e agonias até desfalecer. Quando acordou estava jogado em uma vala ardente, não sentia nada, só o arder do incessante fogo, sua carne e suas entranhas regeneraram ate um certo ponto, mas continuavam abertas e doíam intensamente, rolou um pouco, um cabo o machucou, o cabo estava escondido em seu cinto, era a adaga que seu anjo da guarda lhe dera antes de iniciar sua jornada, lembrou se do que ele lhe dissera antes de iniciar sua jornada “Nunca será fácil”.
Ele sacou a arma e cortou a cordadas que o prendiam, ele levantou seu pé e o sentiu mais leve, olhou para o tornozelo, só mais um grilhão o prendia, ele passara na segunda prova.
A atmosfera infernal era insuportável, o ar era abafado e o cheiro era de morte, morte e carne podre, o céu negro e vermelho nunca mudava , nunca chovia, Aram não fazia ideia de onde estava, em qualquer nível, se estava próximo da saída ou muito mais perto do caldeirão fervente de Lucífer, suas feridas se curam por dentro, mas os rasgos externos ainda ardiam e eram devorados por vermes assim como a dor no ombro e a ardência nas costas, apena seus pés estavam bem, pois estavam protegidos pelas sandálias de São Pedro.
Três dentes surgiram, cravados em seu ombro, um Baal cravara em seu ombro um flamejante tridente, e o levantou, Beosebul surgiu nas sua frente.
-As coisas estão muito paradas aqui em baixo, não é? Todos os dias esses merdas chorando, não é todo dia que um desgarrado aparece por aqui, hahahaha! Grapim traga ele para a arena. -todas as feridas somando a mais essa que o Baal lhe infligira estavam quase o deixando impossibilitado de fazer qualquer coisa além de lamentar.
A arena era uma fina tabua encima de um enorme caldeirão de olho fervente, quem perdesse ficaria queimando e sofrendo ali para sempre, o vencedor voltaria aos campos da punição e seria torturado ate a próxima eventual rinha.
As bestas espetavam os adversários com pontudos garfos de três dentes, e davam fortes chicotadas.
O adversário de Aram era uma alma totalmente corrompida, seja pelo ódio, ódio de tudo e de todo, odiava porque o ódio era a única coisa que lhe restava.
O adversário correu corre louco em sua direção, agarrou Aram pelo pescoço, seu braço podre envolveu sua faringe, os chicotes de chamas não paravam de estalar, suas feridas ardiam muito mais.
O vapor escaldante que subia do caldeirão, queima lhe a pele, o bafo infernal era contente e o bafo de Lúcifer e de seus anjos emanava sofrimento.
A garganta era esmagada, e o corpo inerte era arrastado para o óleo fervente.
-Meu pai e senhor, não me abandone, ajude me, socorrei me, ó doce virgem imploro sua ajuda, permita me pelo menos o sapiente mãe que antes de cair no fogo e na tormenta eterna, eu tenha um ultimo deslumbre de vós. –Aram pediu em seu coração , suas últimas palavras, já não se importava mais com sigo, um ultimo deslumbre da gloriosa mãe de Deus o lembraria que fora perdoado mas queimaria ali por ter sido fraco, fraco de alma, de mente.
A odiosa alma o jogou Aram no óleo fervente, mas seu corpo flutuou, um fresca brisa soprou no rosto de Aram, o céu preto e vermelho iluminou se com uma luz indescritível.
-Afastai vos malditas bestas traiçoeiras, afastai-vos desse meu filho, que por mim teve de sofrer mais que o necessário. -Uma voz terrível e forte com trovões e feroz como um rugido soou, aquela voz trouxe mais pavor ás almas atormentadas do que a vos do próprio diabo. Aram flutuou na direção da luz. -Venha, venha até mim Aram, pois você foi herói, não desanimou, não desviou de seu objetivo perante a dificuldade e a tentação e humilhado pediu me ajuda mesmo sem esperança de tela. -As bestas infernais se esconderam de terror da gloriosa presença de Deus.
Aram se viu de novo na frente do grande portão dourado São Pedro, os dois maravilhosos anjos ainda montavam guarda Mas dessa vez não foi Pedro que o recebeu, foi a rainha de todo o paraíso, envolta em vestes brancas feitas de luz, nas mão levava o rosário de contas de luz que salvara Aramem seu julgamento particular.
___Aram, você foi perdoado, e todos os seus atos apagados de seus novíssimos, mas aquilo que sofreu, tudo foi para dizer aos humanos que o castigo de Deus é severo aos mau, mas para os heróis, para os justos, o premio é passar a eternidade gozando, ao lado do senhor do universo.
“Diga a eles, que ao meu lado no Paraíso Só quero heróis, Covardes, traidores, mentirosos, Fora, para eles o abismo esta reservado. Ao meu lado só ficam os humildes, os que realmente combateram, Heróis que mesmo não tendo mais esperanças, não abrem mão de seus objetivos. Aqueles que não abrem mão de seus ideais. Heróis que não perdem o animo, pois travam o combate mais doloroso, o combate contra se mesmo, heróis que vencem o desanimo, Por que sabem que o desanimo é a ruina do guerreiro, e porque sabe que esse é o verdadeiro combate.”
“E você lutou como um herói mereceu o descanso eterno ao lado de Deus, mas você sofreu tudo isso para alertar os homens, lembra-los que o combata só acaba quando o anjo de asas negras bateram á porta, quando as trombetas celestiais tocaram e o onipotente descer e julgar a todos.”
Aram ajoelhou perante a mãe de Deus e beijou lhe a túnica, Maria deu beijou e a face e disse:
- Agora suas palavras terão o toque divino.
Aram se levantou e se virou para a escada da eternidade, seu anjo da guarda o guiaria até sue corpo carnal. -Aram não se esqueça de sua luta agora será mais dura, não desanime ou desista. –Disse a doce voz que ressoou após um forte clarão, Aram estava de novo a sós com seu anjo.
-Aram! Estarei sempre ao seu lado, não se esqueça disso também. -Quando voltou o corpo ainda estava quente, as pessoas pagas ao seu redor apenas o via dormindo.
Com a segunda chance Aram mudou, sua vida tanto carnal como espiritual mudaram, praticou o bem e a justiça, morreu bem velho rodeado pro amigos e amado não so por seus familiares mas por todos que ele fizera o bem, e agora glorifica a Deus ao seu lado direito.
Plínio Rezende
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