sexta-feira, 19 de outubro de 2012

o condenado #3





A escada de eternidade

A escada da eternidade é uma estrutura infinita, feita de mármore, que leva há todos os caminhos do além, nela também o ser humano trilha seu caminho, para o céu ou para o inferno. Ela se ramifica em milhões de caminhos, para cima ou para baixo. Aram tinha duas estradas para seguir, uma levava para o purgatório, outra às ramificações, Arem escolheu a da esquerda, descer os degraus era fácil e rápido, memorias de momentos felizes vinham a sua mente. Não demorou muito até ele chegar em uma encruzilhada, a escada à sua frente subia, uma que ficava a esquerda descia, e a da sua direita subia e a que ele estava o levaria para cima, mas não aos portões do paraíso. A atmosfera ali era tença, Aram sentia a preção, se perdesse ficaria a eternidade vagando pelos inúmeros caminhos da trilha imortal. Ele resolveu ir em frente, assim que levantou a perna e a pôs em no primeiro degrau seu corpo pesado, erguer a outra perna foi uma tormenta, um peso mundano caiu sobre seu ombro e ficar em pé era difícil. O segundo degrau foi pior, não conseguia mover ou tirar o pé do chão, sua visão ficou turva e um devaneio o capturou, viu uma arma disparando, e voltou a ver o mármore da escada. Uma mulher apareceu no topo da escada, usava roupas curtas e sensuais, veio descendo na direção de Aram, seus lábios carnudos eram destacados por um forte batom vermelho.

____Calma!___ Ela disse com a voz irresistivelmente sensual___ aqui é mais difícil___ Ela tocou em seu braço mas não chegou a puxa-lo, Aram suava, a pressão fazia sua cabaça doer, ao sentir o toque virou se para a recém chegada e ouviu o ela tinha a dizer___ Por aqui é mais rápido e fácil__ Ela indicou a escada a esquerda, a que ia para baixo. ___Nã...não posso...___ fazia força para se manter em pé___ ...eu coração manda subir.

A mulher aproximou seus sedutores lábios vermelhos do rosto de Aram.

___E o que sua mente e seu corpo diz?___ Ela deu um leve puxão em seu braço, quando Aram pôs o pé no degrau a baixo a preção sobre seu corpo aliviou se, descer o degrau foi fácil, mas a consciência pesou, quis voltar a subir.

___Tsc ! Um homem como você já fez muito___ ela deslizou as mãos sobre seu irresistível corpo____ Não quer descansar?___ sua voz hipnotizou Aram, ele cogitava a ideia de descer e pensamentos maldosos vieram à sua mente, desceu mais um degrau, a ponta de seus dedos começaram a escurecer, a carne lentamente ia apodrecendo, não só a de suas mãos, o braço e as pernas, outras partes de seu corpo iam escurecendo e sua cabeça doeu, uma dor agoniante, sua alma estava se corrompendo, por causa de seus pensamentos, seus desejos em relação à mossa___ Não se preocupe essa dor vai passar.

Aram deu um forte puxão, libertando o braço.

 ___Passará, ou é mais um de seus truques Raraoth?___Raraoth era a entidade que tentara Aram por toda a sua vida, e fazia isso também em seu pós vida, o desejo de Raraoth era ver a vergonha e a desgraça de Aram. A sensual mossa se metamorfoseou em uma hedionda besta, tinha a pele disforme e queimada e patas de bode e chifres tão grandes como chifres de touros, Raraoth exalava um cheiro fétido, de morte, enxofre e podridão, de boca disforme com grande caninos saiu um grosso escarro.

 ____ Você pode ter sido mais forte, mas tens o espirito fraco, ssim___sibilou o demônio___ te conheço bem, osss pensamentos que teve ao ver aquela gostosa voltaram, e quando isso acontecer te levarei para o abismo de onde não devia ter saído.____ Uma explosão cegou Aram, quando a fumaça dissipou , Raraoth havia desaparecido, um forte cheiro de enxofre, derivado da explosão demoníaca, Aram virou se e voltou a subir a escada. Aram poderia chegar ao inferno por aquele caminho, mas seu objetivo era achar às provas, se seguisse Raraoth iria para o inferno para nunca mais sair.

A decisão não o atormentava lhe a mente, suas feridas na mão começaram a doer e arder. Decidido aramais fácil menos cansativo subir os brancos degraus de mármore, embora a escada que tomou fosse mais longa. Demorou horas, dias, semanas e anos, subia escadas excruciantes, as descia com muita facilidade, as escadas mudavam de lugar, Aram podia sentir isso, e se alongavam, se deparou com mais uma escolha, de quatro entradas, a escada da eternidade faz as almas sentirem sensações carnais, como a sede e o cansaço, no meio da encruzilhada o andarilho caiu. Aram viu tudo escurecer , e outro devaneio tomou sua mente. “A porta se partiu em vários pedaços, Aram invadiu o barracão, estava furioso, seu olhar era selvagem, num canto qualquer pouco escondido uma mulher se encurralava contra a parede, em seus braços segurava um embrulho de lençóis.

_____Te achei! Não falei que te achava ___ Aram se agachou perto dela, tirou uma pistola do coldre escondido debaixo do palito, colocou o cano no rosto dela___ sua vagabunda barata, achou mesmo que ia escapar, eu disse... o que foi que eu disse?___ ele escorregou o cano da arma até a garganta e pressionou contra a pele dela, a mulher chorava, e apertava cada vez mais o embrulho em seus braços___ O QUE FOI QUE EU DISSE?___ deu uma coronhada no rosto dela.

___Quã...quã...quando vo...vo...você diz não é não. ___ E isso quer dizer o que? ___Que eu a...a...ainda ... ___FALA! ___E...eu ainda so...so...sou sua prostituta.____ uma novo rio de lagrima escorreram de seus olhos, irritando suas bochechas, uma pequena linha de sangue escorria do corte que fora aberto pala coronha da arma de Aram.

Dos lençóis nos braços da mossa veio um choro, Aram escutou, a mulher empalideceu, ele puxou com força, tomando o embrulho dos braços da mulher, com o cano da arma desembrulhou o monte de lençóis. Um esmirrado e branco bebê se contorciam, agitado, suas bochechas gordas estavam irritadas por causa das lagrimas, não devia ter nem um ano de vida ainda.

____não parece com você, deve ter puxado o porco do pai dele__ ele pensou em pouco, pegou a mulher pelos cabelos e a levou até o carro. Aram dirigiu até a periferia da cidade, em uma estrada desabitada, um grande prédio iluminado com neons enjoativos, as pinturas nas paredes eram tons claros e fortes de mais, rapidamente cansavam a vista,. Era um dos bordeis de Aram, ele arrastou a mãe e o filho para dentro dele. ___Todas vocês, prestem bem à atenção, eu criei vocês, cada centavos que vocês valem hoje é por minha causa, vocês são minhas, e se eu digo que você não vai deixar de trabalhar para mim, deixar de ser prostitutas, é porque voce não vai.___Ele jogou o bebe em uma almofada, apontou a pistola na direção da criança.

____NÃO! NÃAAAAO, NÃO POR FAVOR, NÃO...___a mãe endurou se no braço de Aram, o que segurava a arma, mas ele não desviou a arma___ Atira em mim, por favor, não o mate.____ ele a afastou com um chute no rosto.

____Isso é o que acontece quando me desobedecem___ ele puxou o gatilho, a bala estourou a testa do bebe, a mulher berrava, sua testa era marcada por grossas veias e pelo sangue, que agora escorria em maior quantidade, nada poderia conforma-la. Da cabeça do bebe escorria rios de sangue Aram entorpeceu se em sua loucura, perdeu o sentido e a razão, não sabia o motivo nem o porquê de castiga aquela criança com tal atrocidade, apontou a arma para a nuca da mãe, prevendo o que Aram ia fazer, a mãe pegou o cadáver do filho, e o apertou num abraço forte, no momento em que ela beijou a face ensanguentada do filho a aram disparou, Aram tirou a vida também da mãe, largou a arma, sentiu a perna bamba, estava embriagado na sua loucura, caiu no chão e perdeu os sentidos. Se não fosse o milagre que o salvara Aram seria condenado a passar a eternidade sendo castigado pelo próprio Lúcifer.

Acordou com o rosto no frio mármore, a dor das mãos ardiam, mas ele não se importava, seu coração doía mais, doía de arrependimento, por que matara aquela mulher? Lagrimas irritaram seus olhos, sentou se no chão desajeitadamente, e em suplica berrou:

____ MINHA MÃE NÃO MEREÇO SEU PERDÃO, NÃO MEREÇO SUAS DADIVAS, NÃO MEREÇO SENTAR AO LADO DO ALTISSIMO, MEREÇO SER JOGADO ÀS FOSSAS ARDENTES, MEREÇO O ASSOITE DE SATANAS, POIS MEU CRIME FOI EDIONDO, FOI CONTRA A LEI DO UNIVERSO.

No momento em que Aram se calou um clarão o segou, uma mossa apareceu, ela brilhava como se fosse a única estrela do céu, e que despencara dos firmamentos, apagando todo brilho do universo, em seus braços ela levava uma criança que também reluzia.

____Minha senhora, nã...não mereço sua visita, Não mereço vossas dadivas____ sua voz não era de choro, mas de uma pessoa convicta e finalmente arrependida.

___Não sou a virgem gloriosa Aram____ a voz era familiar e doce___ sou aquela que você privou de criar o filho. ___Você?!___ficou alguns minutos extasiado___ me ... me ... perdoe___ pediu, seus olhos fitavam o chão. _____Aram alivie seu espirito e fortificai sua mente, seus pecados foram finalmente absorvidos, mas não apagados, por isso deve continuar sua jornada, continue com o compromisso que assumiu, ou poderá se perder em seu percurso,___ o clarão sumiu, deixando um frescor de rosas e uma agradável brisa do campos Elíseos, isso trouxe paz a Aram e força para ele continuar.

Levantou-se, sentiu seu pé mais leve, olhou para seu pé, um dos grilhões havia desaparecido, suas feridas começaram a melhorar gradualmente. Imbicou para a esquerda e continuou a descer, o mármore começou a escurecer aos poucos e a temperatura aumentar, Mais abaixo tomado por chamas rubras e guardado por bestas diabólicas, estavam os negros portões do inferno.








Plínio  Rezende

Um comentário:

  1. esse é o tal do conto .. está de primeira viu .. com alguns errinhos mas mt menos em comparaçao á outros textos seus que já li...
    a historia continua °?

    ResponderExcluir

leia tambem