quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Chapeuzinho vermelho, só que melhor





Olha ai o primeiro conto distorcido, muitos contos infantis sofreram varias modificações, principalmente vários contados pelos irmão Green, e chapeuzinho vermelho muitas e muitas, ja ouvi varias versões do conto mas esse com certeza é o mais maneiro.  

Chapeuzinho vermelho, só que melhor







Lobão vinha reparando em Chapeuzinho vermelho havia certo tempo, já não era mais uma menina, e estava ficando bem ajeitadinha; naquela manhã quase chuvosa, vestia uma capinha vermelha que lhe caía até as pernas nuas e graciosas, quando passou saltitando e cantando de uma maneira jovial e encantadora que obrigou o jovem a fitá-la com um olho muito comprido e puxar conversa:

— Olá Chapeuzinho. Aonde vai assim bonita?

Ao ouvir o galanteio, a moça foi toda sorriso:

— Ah, obrigada Lobão, estou indo levar esses doces para minha vovozinha, não gostaria de me acompanhar até lá?

— Boa idéia, estava aqui sozinho pensando no que fazer...

E partiram os dois, ela saltitante e muito alegre, ele com os olhos grudados nas coxas da mocinha que, aliás, se locomovia com enorme graça; sua capinha vermelha e curta caía sobre o corpo como um sino, enquanto os dois badalavam pela rua de mãos dadas. Já estavam perto da casa da avó, e ela ainda cantava, desafinada e ininterruptamente, a mesma musiquinha enfadonha:

— Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha...

Estavam bem alegres quando cruzaram com três figuras rebolando ostensivamente:

— Viu, não falei que era o bofe?

— E com essa mocréia.

— Horrorosa!

As criaturas passaram, mas quem perdeu o rebolado foi o casal; a menina interrompeu finalmente a cantoria maçante, soltou a mão do parceiro e perguntou:

— Ih, você anda com esses porquinhos, é?

Lobão, ainda menos à vontade, já não sabia o que estava fazendo ali, e só continuou a acompanhar a menina por absoluta falta de opção e pelo fato de já estarem chegando, o que, por sorte, sucedeu quase de imediato. A avó da menina os recebeu efusivamente, quebrando todo o gelo acarretado pelo encontro prévio.

Conversaram bastante, lancharam, comeram os docinhos trazidos pela moça e quando já estava chegando a hora de ir, a menina se prontificou a retirar a mesa e lavar os pratos, mas enquanto isso acontecia, desastradamente, Lobão derrubou um copo de suco em seu próprio colo, o que não chegou a causar nenhum transtorno já que imediatamente a avó da menina, com o auxílio de um guardanapo, o secou com muito cuidado e carinho; muito mais até que o necessário, protegendo com uma das mãos e extrema habilidade as coisas do rapaz por baixo da calça molhada, enquanto o enxugava com a outra. Mas a moça não tardou a voltar da cozinha encontrando Lobão em um misto de parvoíce e êxtase, enquanto sua avozinha permanecia muito alegre e encantada com a visita.

Despediram-se e partiram, com a recomendação muito explícita para ambos de que regressassem assim que pudessem. Durante a volta, Chapeuzinho continuava tão alegre quanto na vinda, e tratou de entoar a mesma musiquinha cacete, mas Lobão parecia disperso e distante, permanecendo calado por quase todo o percurso. Ainda faltava um bom trecho para chegarem de volta à casa da mocinha quando Lobão rompeu seu próprio silêncio para comunicar que havia esquecido algo, e que Chapéu deveria prosseguir sozinha, retomando ele próprio pelo caminho por onde acabavam de vir; a menina não entendeu a atitude do outro, mas mesmo assim prosseguiu.

Ao chegar em casa, sua mãe perguntou pela cestinha, da qual necessitaria naquele mesmo dia; a moça confirmou tê-la esquecido na casa da avó, mas aquiesceu em voltar lá para buscá-la depois da refeição, que já estava quase servida, de modo que almoçou e saiu em seguida.

Não demorou para que a campainha da avó tocasse uma vez mais naquele dia, mas, para a surpresa de ambos, quem abriu a porta para a menina foi ninguém menos que Lobão, ridiculamente vestido em um roupão florido da velha. Tão instintiva quanto absurdamente, o jovem tentou se esconder puxando o capuz do minúsculo vestido por sobre o rosto, deixando de fora as musculosas pernas muito peludas com que se deslocou rapidamente para o interior do quarto. 

Divertidíssima com a cena burlesca, Chapeuzinho tratou de dar corda à farsa correndo atrás do bufão aos gritos de “vovó”, “vovozinha”, a que o truão respondia em falsete, enquanto puxava o capuz para cima com o intuito de esconder o rosto sem se preocupar em deixar os fundos à mostra.
À beira do desespero, flagrado ali na cama da velha, vestido da maneira mais ridícula que se possa pensar, o pobre Lobão nada mais conseguia imaginar exceto tentar se esconder da menina impertinente que o perseguia na mais cândida alegria, e enquanto se esforçava por se cobrir, bisonhamente vexado, a menina se empenhava em fazer o exato contrário, expondo-o o mais que pudesse, até que não restasse outra opção que não a rendição. Ainda encolhido, buscou coragem para fixar os olhos medrosos e arregalados na menina, que na maior desfaçatez perguntou:

— Para que esses olhos tão grandes, vovó?

Ao que, com voz trêmula e em falsete, e depois de uma pausa que lhe pareceu absurdamente longa e torturante, Lobão se viu compelido a responder:

— São para te ver melhor.

Certas vicissitudes acabam por se revelar tremendamente apropriadas, e os brevíssimos segundos necessários para a resposta foram suficientes para que Lobão finalmente tomasse pé da situação e prestasse atenção ao generoso decote de Chapeuzinho que, sentada a seu lado, se debruçava sobre seu corpo seminu coberto por um lençol. Confiante e ousada, a moça retirou abruptamente o lençol que o cobria, deixando à mostra seu corpo coberto apenas pelo ínfimo roupão muito leve. Foi a vez de Chapeuzinho surpreender-se. Toda arregalada a jovem exclamou:

— Hã, Lobão...

E com os olhos cravados no volume que começava a se destacar do corpo do rapaz, perguntou:
— E para que esse negócio tão grande?

Nesse mesmo instante a coisa pareceu ter crescido ainda mais, até escapulir repentinamente brotando fora do traje ínfimo enquanto o lobo respondia com voz grave e rouca:

— É pra te comeeeer!

E puxou a menina arregaladíssima pelos ombros para mordiscar-lhe o pescoço enquanto a apalpava e a comprimia com avidez por sobre seu corpo.




















http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/2863387



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