sou católico apostólico romano, a igreja que por tantos fez( não, não isso não é um pregação), é criticada, chamada de hipócrita por adorar "ídolos", então escrevi essa historia para explicar, ou tentar, o porque de VENERARMOS imagens de santos.
Os
novíssimos do Aram.
A dor começou na
sexta feira, o medico tentava descobrir uma saída, mas a febre só aumentava.
A vizinha chamou um padre, o amigo um pastor, mas Aram os
dês pensou.
___Deus, Deus nunca me ajudou___ Ele dizia__
não vai ser agora que irá me salvar.
Aram
era um empresário, corrupto, fizera coisas terríveis para subir na vida,
traficante e cafetão á ladrão corrupto protegido pelo governo, sua empresa bem
sucedida, controlava metade do mercado imobiliário, que estava em varias
falcatruas.
No
final da tarde de sábado a vista começou a falhar, e rápidos devaneios começaram á atormenta-lo.
Sua mente voltou no
tempo, quando era uma criança, quando fora batizado, seus pais resplandeciam de
tanta alegria, faziam as renuncias com firmezas, certos de que seus filho seria
justo e honesto.
A
imagem mudou, ele estava na pequena casa de seus pais, em São Paulo, Aram
estava no inicio de sua juventude, usava roupas grandes e largas, e de instante
e instante, saia de sua boca uma densa nuvem de fumo, ele berrava, seus pais se
acuavam contra a parede branca manchada pelo tempo, seu pai tentou acalma-lo,
colocando as mãos no ombro do filho, Aram virou e socou o rosto do pai, o pai
de Aram caiu com uma linha densa de sangue escorrendo do nariz, Aram ao invés
de ajuda-lo deu lhe um chute na barriga, aquela foi a ultima vez que Aram viu
seu pai.
____Levanta, anda estão esperando
___ a voz não era conhecida, nem amigável, causo-lhe calafrios, abriu os olhos
com dificuldade, quando a visão focou Aram pulou da cama, de susto, ao lado da
sua cama estava uma entidade negra, de asas escuras e sujas, um manto negro rasgado cobria o magro
corpo, sua vos era grave, e áspera, como o raspar de uma faca na pedra.
___NÃO! POR FAVOR! Dei
me mais um tempo de vida, sou...___ lagrimas escorreram, de seus olhos___ só
mais um pouco, só mais um pouco eu
imploro. ___Vamos Aram, por que teme a
minha presença? Deve temer o que te aguarda do outro lado da porta.___ a voz do
anjo negro tomou toda a sala, em tom fúnebre.
___Não!___ suas bochechas irritaram
se, Aram berrava e se espreitava contra a cama.
____O
dia de seu juízo chegou, o terceiro novíssimo do homem bate a sua porta__ o
anjo desembainhou da cintura uma grade espada de lamina negra e fosca___ Aram a
morte o convoca____ A lamina negra foi ao encontro do coração do condenado,
quando ela o perfurou, a dor que ele sentiu não foi uma dor humana, foi como se
tivesse sendo prensado a uma elevada temperatura, como se tivesse perfurado sua
essência, foi a dor da alma, a maior dor
que á no universo, a separação da alma e do corpo, o maior trauma, pois a alma
não foi feita para se separar do corpo, mas isso mudou quando uma mística fruta
foi mordida. O anjo tirou a espada, ceifa
da morte, do coração do homem.
Aram viu um
breve filme de sua vida, tudo de bom e de ruim que fizera em vida, depois ele
berrou, um berro de desespero e tristeza, o arquejo final do espirito se
desprendendo do mundo carnal.
Por
estar corrompida pelo pecado e pelo orgulho, à aparência da alma de Aram era
macabro, seu rosto enegrecido com partes decrepitas e esfoladas, suas orbitas
oculares sangravam, suas mão estava em um estado deplorável comida por vermes e
fungos, suas entranhas à amostra se moviam grossas e negras de podridão, seu
corpo estava assim pelas atrocidades e atos que fizera em vida.
____O que ouve comigo?___ a voz de Aram agora saia uma mistura de choro
e terror, sua voz estava macabra.
____Esta é a real aparência de sua
alma, eis o reflexo de toda a sua a vida.___ der repente a sala escureceu, e ao
redor do disforme corpo de Aram, surgiram todas pessoas que ele prejudicara em
vida.
___Esse
é o seu júri, venha comigo___ o anjo negro o levou até uma grande porta, ao
atravessa-la um novo senário se abriu à sua frente, uma grade sala com vitrais
e rosáceas, as colunas formavam arcos no teto, a sala era mal iluminada, apenas
alguns archotes formavam ilhas luminosas, o centro estava vazio, uma grade
bancada de madeira com duas chaves entalhadas, uma dourada e outra prateada,
demarcavam o lugar do juiz.
___Não
precisamos desse julgamento, deixe me acorrenta-lo e leva lo___disse uma voz
hedionda vinda de trás de uma das pilastras. De lá saiu uma grande figura, era
hedionda e maldita, dois grades chifres brotavam de sua cabeça e seus pés eram
pernas de bode, trazia consigo grossas correntes e uma pesado grilhão ___olá
velho amigo___ a criatura disse à Aram.
___Não...não o conheço,
sai de perto de mim criatura depressível e maldita __Aram disse ainda com medo.
____É o que diz agora, mas você ouviu o que eu disse quando corrompeu aquelas
meninas, ou quando espancou seu pai, se lembra, quase o matttttttou___a
entidade soltava assustadoras gargalhadas.
Trombetas
soaram e ao redor cadeiras foram ocupadas, circulando o réu, a sala se iluminou
e santos e profetas, reis e plebeus apareceram, em um pináculo surgiu um
anjo, esse trajava uma rica armadura,
era alto e belo, vestia uma túnica vermelha e suas asas douradas tinha penas
simétricas, sua capa carmim tinha pequenas estrelas que brilhavam como pequenos
sois. Ele desenrolou um pergaminho e declamou, quase que cantando.
____O santo tribunal de Deus,
convoca o réu, Aram D`agmam Lare, a pretar juízo de seus atos praticados em
vida___ no centro da sala surgiu uma mesa com uma delicada balança de pratos
dourada____ os santos e profetas requerem os novíssimos do réu ___ os
novíssimos era um grosso livro, onde era registrada os três novíssimos do
homem, nascer, viver e morrer.
Moises e João Batista
entraram trazendo o grande livro, a capa era dura de couro, e suas paginas
amareladas. Ao abri-lo uma fraca luz
branca, a luz provinha das letras que registravam a vida de Aram.
____Que
entre os juízes___ disse o anjo de asas douradas.
De uma porta saiu um anjo, tinhas
cabelos olhos castanhos, uma túnica azul
celeste com pontos estrelares, as asas
eram pardas de penas longas e simétricas, na cintura levava uma bela espada
embainhada, o anjo de túnica se pôs ao lado de Aram. De outra porta saíram
os três arcanjos, deles fugia um brilho extasiante, usavam armaduras completas, placas feitas de ouro e
prata, com a marcas das sangrentas batalhas, da queda dos anjos, embora bem
lustradas, o arcanjo Miguel se pôs próximo ao lado da balança, desembainhou a
gloriosa espada de aço avermelhado e ficou em guarda, Gabriel e Rafael ladearam
a bancada dos juízes.
De uma terceira
porta saíram três figuras : são Pedro, santo Agostinho, santo que
Aram era devoto quando pequeno, e para o espanto de Aram o terceiro juiz era
seu próprio pai.
____Está
aberto o julgamento ___ São Pedro bateu um pequeno martelo de madeira na mesa.
____Quando
pequeno Aram carregava uma falha, a falha
de Adão e Eva, o pecado origina___ iniciou o anjo da guarda___ Mas já novinho, seus pais se preocuparam em apagar
essa falha ___o anjo da guarda foi até a balança, uma pedra branca do tamanho
da palma de uma mão surgiu na mão do anjo, ele pôs a pedra no prato direito, o prato desceu totalmente
para à direita, o livro dos novíssimos brilhou, nos trechos onde era narrado o
seu batismo.
_____Sim
mas assim que adquiriu consciência, foi para o mau caminho, pecando contra a castidade, roubando e
blasfemando através de piadas e outras formas___ o demônio tirou de um saco uma
grossa corrente ___ foram essas que prendi nele quando começou a se corromper
____ despejou-as sobre o prato esquerdo. A balança se igualou, Aram via todos
os fatos da sua vida em sua cabeça e se desesperou.
____Mas se purificou
muitas vezes pelo sacramento da confissão, e sua primeira comunhão recebeu o
próprio cristo dentro de se___ o anjo da guarda foi ate a balança, na palma de
sua mão surgiu uma grande gema de rubi, o anjo o colocou no prato ao lado da
pedra branca, a balança declinou um pouco para a direita.
____Mas fugiu deles quando matou pela primeira vez, por drogas, e o peso de outras mortes o corromperam ainda mais sua alma ____ o promotor depositou no prato uma grande e negra corrente, e vertiginosamente balança foi toda para à esquerda ____ E a primeira alma que ele corrompeu, a menina que ele violou, HA!HA! e as outras depois dessa____ colocou outra corrente e a balança foi ainda mais para à esquerda____ As mossas que por ele venderam seus corpos ___colocou mais que uma corrente, e o prato esquerdo pesou ainda mais.
____Em raras ocasiões ele, me
pediu ajuda___ disse Santo Agostinho ____Eis aqui minha ajuda
___na mão do
santo surgiu uma gema de diamante, o arcanjo Miguel á colocou na bandeja
direita, pareando as bandejas.
____Mais o sacramento da crisma, e
as indulgencias que recebeu sem saber ____uma grande esmeralda apareceu na mão
do defensor de Aram, a balança foi para direita novamente.
____Ssssssim!
Mas na hora da morte negou á Deus, negou a existência de Deus e negou sua ajuda, _____Uma grossa e
longa corrente saiu do, saco que o demônio levava, e à depositou na balança esquerda,
fazendo o prato descer o máximo que a balança aguentava.
O
anjo da guarda e os santos intercessores iam ajudando mas, pela falta da
confissão e até do sacramento da unção dos enfermos, aquele pecado, a negação
era irreparável e a balança pouco se alterava, até chegar ao fim
.
___Pelos
fatos apresentados, Aram D`gmar Laret, é culpado e sentenciado a passar a
eternidade queimando no fogo ardente____ Disse seu pai, o martelo do juiz ia
dar a sentença quando uma ofuscante luz tomo a sala.
Uma doce e maternal voz soou por todo tribunal.
____Eis
aqui Aram a ajuda do altíssimo_____ ela se referia às frases finais de Aram____
ponho na balança, meu terço, pois quando bateu em seu pai, e na morte de seu
pai veio a mi pedir o perdão, pedir pela alma de seu pai, e chorou, chorou
sinceramente, arrependido, é por isso que junto ao meu filho, pede por você. A doce voz calou, o clarão se apagou, o
prato direito arrebentou para a direito, e nele reluzia um rosário de contas de
luz, o terço que salvara Aram.
Quando o clarão se foi, as impurezas
e imperfeições no corpo de Aram sumiram, sua alma era bela novamente, Aram chorava de alivio e de
arrependimento de todos seus mal atos que cometeram em vida.
O
demônio com raiva, berrou, mas calou se
quando Miguel levantou a espada, e voltou aos becos malditos de onde
saíram.
____Graças
a santa virgem, sua sentença é passar uma hora no purgatório. Aram sorriu, merecia algo pior, mas foi
sentenciado a ficar apenas uma hora, aliviado foi guiado até os campos do
purgatório pelo seu anjo da guarda.
Plínio Rezende
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